CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 25
12 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
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PENTECOSTAIS QUEREM O FORO DE DIÁLOGO

Representantes de igrejas pentecostais dos Estados Unidos, da América Latina, da Ásia e da África presentes na 8a. Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reunida em Harare de 3 a 14 de dezembro, apoiam a realização do Foro de Igrejas Cristãs e Organizações Ecumênicas, um espaço informal de diálogo, proposto por lideranças cristãs.

"A maioria dos 25 pentecostais que estão aqui em Harare, representando igrejas e fraternidades de igrejas, pensam que o Foro poderá ser um espaço de diálogo muito profundo com vistas a uma aproximação ao CMI", diz Bernardo Campos, diretor do Instituto Peruano de Estudos Religiosos (IPER), de Lima.

Mas antes de ingressar no Foro, "é preciso começar um processo de diálogo entre os próprios pentecostais", define o peruano. "As cinco igrejas pentecostais que já participam do CMI poderiam ajudar, assim, a derrubar alguns mitos e preconceitos que os pentecostais nutrem contra o organismo ecumênico", explica.

Para algumas lideranças pentecostais, o CMI é o Anticristo, que só trata de temas políticos e tem uma diferente concepção de missão. As cinco igrejas que já integram o Conselho são a Igreja Pentecostal do Chile, a Missão Igreja Pentecostal e as Missões Pentecostais Livres, todas do Chile; a Igreja de Deus e a Igreja Cristã Bíblica, da Argentina.

Os pentecostais debateram o tema entre si em Harare. Eles entendem que as bases do Foro não devem ser estabelecidas pelo CMI, mas por todos os participantes. O ponto de partida seria a doxologia, a mesma que o organismo ecumênico tem em sua constituição. "Mas devemos começar no Foro compartilhando experiências, e depois entrar na questão de credos", defende Campos.

O diálogo do CMI com os pentecostais deve se dar a nível de igrejas. Campos fala em pentecostalidade, expressão universal presente em todas as igrejas cristãs. "Há um ecumenismo de Espírito, que é muito mais amplo e ultrapassa as instituições. Por isso o Foro, se implantado, viria num momento certo. Ele seria um acerto, um sinal do Espírito", sustenta.

A teologia liberal protestante e os temas éticos, como as questões vinculadas à sexualidade humana, e mesmo a ordenação feminina, são pedras de tropeço no caminho do diálogo com os pentecostais, reconhece o líder peruano. Igrejas pentecostais até admitem mulheres no sacerdócio, mas a elas estão fechadas as portas que levam aos cargos de direção.

Campos acredita que um primeiro passo no aprofundamento do diálogo do CMI com os pentecostais, iniciado em 1994, será dado de imediato, através da criação de um grupo de trabalho pentecostal no organismo ecumênico. A nível de América Latina, relata, a Comissão Evangélica Pentecostal Latino-Americana (CEPLA) está trabalhando para que a maior parte das igrejas pentecostais participem do movimento ecumênico.

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O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que reúne 339 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100 países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo secretário-geral, pastor Konrad Raiser, da Igreja Evangélica da Alemanha.


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