CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS 8a. Assembléia e Cinqüentenário
PRESS RELEASE
Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas |
Protestantes, anglicanos e ortodoxos, reunidos no Conselho, vão agradecer a Deus pela caminhada ecumênica até aqui desenvolvida. Mesmo com todos os avanços nesses 50 anos, as famílias cristãs presentes no CMI não alcançaram, ainda, a celebração comum da Santa Ceia.
Engajado no movimento ecumênico há mais de meio século, o sociólogo brasileiro Jether Pereira Ramalho, 76 anos, da Igreja Evangélica Congregacional, assinala que "o jubileu do CMI tem que ser também um sinal de jubileu para o povo pobre e sofrido do mundo de hoje. Os pobres esperam solidariedade e justiça".
O presidente do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEP) acompanha, como observador, o andamento da 8a. Assembléia, que conta com a presença de 958 delegados, representando 332 igrejas de 120 países. "Esperamos que as questões internas das igrejas, a confirmação dos denominacionalismos, e a luta pela busca de mais poder na condução do movimento ecumênico não sejam capazes de produzir frustração na Assembléia de Harare", diz.
Uma das características do CMI desde a fundação, em 1948, é sua atenção à agenda do mundo. Após a II Grande Guerra, a temática hegemônica foi a questão da paz e da justiça, um tema ainda atual. Acompanhando a trajetória desse organismo, relembra Jether, a agenda do CMI, nesses 50 anos, foi escrita pela descolonização dos países africanos, pelo combate ao racismo, pela luta contra regimes ditatoriais, pelo incentivo à educação popular, pelo apoio aos direitos humanos, pelo compromisso com a preservação da natureza, pelas posições contra a injustiça da dídiva externa e perversidade da globalização financeira.
Reportando-se ao Brasil, conta Jether, quando pessoas estão diante de grandes dificuldades elas dizem: "Vamos fazer uma reunião ecumênica". "Nesses momentos, as diferenças históricas passam para o segundo plano. A existência é maior que a racionalidade. Ecumenismo se faz principalmente com emoção, não só com racionalidade", ensina.
A proposta do ecumenismo ultrapassou as igrejas, afirma. Embora exista essa tendência de pensar em movimento ecumênico a partir do CMI, na verdade o ecumenismo é muito mais amplo, ele tem muitas outras facetas. "Como fruto do Espírito de Deus, o ecumenismo toma formas as mais diversas". Um exemplo disso é a pujança das igrejas na África, que, com sua liturgia, música, criatividade, alegria e experiência de fé, "contagia qualquer um". A Assembléia de Harare é um "mosaico" dessa diversidade.
No Brasil, o ecumenismo ainda tem como elemento mais incentivador os evangélicos. Esse movimento teve, no século XX, sua principal inspiração pelas igrejas protestantes.O sociólogo brasileiro acredita que o futuro do cristianismo se centrará na África e na América Latina. "Está ocorrendo um deslocamento do centro. Os protestantes tinham sua força na Europa e nos Estados Unidos. Sua teologia é fruto desse local de existência", afirma. Para ele, um dos grandes desafios do movimento ecumênico será conseguir a unidade dessas igrejas, mas "sem uniformização".
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O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que reúne 339 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100 países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo secretário-geral, pastor Konrad Raiser, da Igreja Evangélica da Alemanha.
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