CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 22 - 11 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
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GAYS PEDEM INCLUSÃO DE ORIENTAÇÃO SEXUAL NO CURRÍCULO DOS SEMINÁRIOS

Sob o argumento de que Deus criou as pessoas iguais e que cristãos devem se amar uns aos outros, grupos de gays e lésbicas que participam de "padares" - reuniões informais fora da agenda da 8a. Assembléia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) - reinvindicaram a inclusão da homossexualidade na agenda do organismo ecumênico e a introdução de orientação sexual nos currículos das escolas e seminários de teologia.

O reverendo Douglas Torr, da Igreja Anglicana da África do Sul, gay declarado, defendeu uma teologia da homossexualidade e disse que a Igreja deveria escutar gays e lésbicas, pois são pessoas que também amam Jesus. "O fundamento teológico ao qual recorro como homossexual é o amor. Creio que Deus nos criou iguais", disse um jovem. É preciso abrir a mente para outras formas de vida sexual, defenderam gays e lésbicas.

Já a pastora Lois Wilson, da Igreja Unida do Canadá, entede que a sexualidade deveria estar na pauta das igrejas, mesmo desconsiderando a pressão de grupos homossexuais. "Na América do Norte não falamos de sexo. As mulheres estão tocando no tema por causa do problema do abuso sexual. Na minha experiência, espiritualidade e sexualidade são uma coisa só", assinalou.

No debate do tema, participantes do "padare" disseram que muita gente está mrorendo em conseqüência do estigma contra a homossexualidade. Algumas pessoas cometem suicídio ao serem forçadas a rejeitar sua sexualidade, enquanto outras morrem de aids. O silêncio sobre o assunto "é mortal", referiu-se outro participante. O grupo alega que as igrejas fracassaram na abordagem da sexualidade. "Se as igrejas não começarem a falar sobre o assunto, as relações entre pessoas do mesmo sexo vão ficar sempre num segundo plano", admoestou.

Já no plano oficial e formal, a 8a. Assembléia não aceitou o pedido de ingresso da Igreja Celestial de Cristo, da Nigéria, como membro filiado à comunhão do CMI. Essa denominação nigeriana aceita a poligamia entre os fiéis, embora aos seus pastores seja proibido terem mais de uma esposa. Temas do campo ético são muito sensíveis nessa Assembléia, especialmente pela posição das igrejas ortodoxas e dos evangelicais a respeito de assuntos vinculados à sexualidade humana.

Fora da agenda oficial da 8a. Assembléia foram ofertados 400 "padares", em três dias, que versaram sobre os mais diferentes temas, desde assuntos vinculados à ética e à vida das igrejas, até às propostas de ONGs e projetos do CMI.

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