CONSELHO
MUNDIAL DE IGREJAS 8a. Assembléia e Cinqüentenário
PRESS RELEASE
Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de
Igrejas |
"É nas vilas onde se constatam as maiores violações dos direitos humanos. Mas também é lá que estão as maiores vítimas da exclusão: mulheres e crianças. Infelizmente a Justiça só chega à vila para punir", diz Desir Garcia da Silva, assessor do CECA. A convite do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Desir veio contar essa experiência na formação da Promotora Popular de Justiça num "padare" - palavra shona que significa reunião informal - em Harare.A 8a. Assembléia Geral do CMI, na capital do Zimbábue, reúne, de 3 a 14 de dezembro, cerca de 5 mil pessoas, entre delegados de igrejas protestantes, anglicanas e ortodoxas de mais de cem países, observadores ecumênicos, jornalistas e convidados.
O curso, de quatro meses de duração, capacita lideranças femininas das vilas de São Leopoldo para a atuação na defesa dos direitos mais elementares da comunidade. No curso, as mulheres ficam conhecendo a estrutura do Poder Judiciário para poder informar à vizinhança como encaminhar casos que requerem a ação da Justiça, do Conselho Tutelar ou do Juizado de Pequenas Causas. Na vila, as Promotoras Populares de Justiça dão plantão em suas casas, na associação do bairro, no clube de mães ou na igreja.
As Promotoras Populares de Justiça aprendem como lidar com casos de maus tratos a crianças, estupro, prostituição; como prover uma legalização fundiária. As promotoras tomam conhecimento, enfim, dos mecanismos legais à disposição da cidadania."Elas passam a ser uma espécie de porta-voz legal da comunidade", explica Desir. O curso, ministrado por advogados, promotores e agentes sociais, não visa apenas a formação das mulheres, mas quer ser também um espaço de convivência, de auto-ajuda e de recuperação da auto-estima de pessoas que tiveram seus direitos violados.
"É impressionante os relatos que se escuta", conta Desir. Também são mulheres de vila a clientela do curso de alfabetização oferecido pelo CECA. Trata-se de um curso básico, em que elas aprendem a ler e a escrever recorrendo a palavras-chave da sua convivência diária. "Muitas vezes não temos noção da importância para essa gente do fato de poder ler. Mulheres contam como é humilhante ir ao supermercado e adquirir os produtos pela cor da embalagem, ou tomar um ônibus errado porque não soube identificar para onde estava se dirigindo".
Os cursos, de um ano de duração, têm que adequar os horários à disponibilidade da clientela. Isso significa programar as aulas para um horário em que os maridos não estejam em casa porque alguns não permitiriam às esposas sair de casa e buscar essa qualificação.Via de regra, os cursos são oferecidos das 14h às 17h, período em que os filhos estão na escola e os maridos no trabalho. "Muitas delas sequer chegam a comentar com os parceiros que estão aprendendo a ler", relata Desir.
E onde entra o ecumenismo e a Teologia da Vida nessas propostas? "Essas realidades não têm denominação religiosa. Elas são comuns aos moradores das vilas. É como a fome. Dói tanto na barriga do católico como na do luterano ou do espírita", assinala. "A nossa preocupação não é identificar a origem religiosa das pessoas, mas qualificá-las, ajudando-as, assim, a recuperar sua auto-estima".
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O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que
reúne 339 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100
países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do
CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório
máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi
fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo
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