CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 16
9 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
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CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2000 VAI SER ECUMÊNICA

Pela primeira vez no Brasil, a Campanha da Fraternidade do ano 2000 vai ser ecumênica, envolvendo as sete denominações - católica romana, luterana, metodista, anglicana, ortodoxa siriana, presbiteriana unida e reformada húngara - reunidas no Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). O tema e o lema da campanha já estão definidos: "Dignidade e paz: rumo ao novo milênio sem exclusão".

"O ecumenismo vai entrando nas bases", diz o padre e historiador católico José Oscar Beozzo, que participou de "padare" - palavra no idioma shona que significa reunião informal - sobre formação teológica na 8a. Assembléia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). O evento internacional, congregando mais de 5 mil pessoas entre delegados, convidados, observadores ecumênicos e jornalistas, está em andamento em Harare, capital do Zimbábue, de 3 a 14 de dezembro.

Beozzo acredita que as Campanhas da Fraternidade no Brasil serão ecumênicas no novo século. Pelo lado da Igreja Católica, a nível mundial, a orientação é de aprofundar a questão ecumênica. "O novo Diretório Ecumênico diz que toda diocese deve ter um Secretariado de Ecumenismo e no currículo da formação sacerdotal é obrigatória a passagem pela cadeira de ecumenismo, em dois semestres", conta o historiador.

Vinte e três delegados do Vaticano estão presentes como observadores oficiais na 8a. Assembléia do CMI, sediada no campus da Universidade de Harare. "Mas nos encontros informais dos católicos aqui no campus somos mais de 100 pessoas", conta Beozzo. Embora não integre formalmente o CMI, a Igreja Católica Romana participa oficialmente na Unidade Fé e Ordem e mantém a presença permanente de dois sacerdotes na Unidade Missão e Evangelização do organismo ecumênico internacional, que tem sede em Genebra.

A Igreja Católica está em diálogo bilateral com mais de 80 igrejas diferentes e participa em conselhos nacionais de igrejas em 56 países do mundo. Na Conferência de Igrejas do Caribe, por exemplo, ela está presente há 25 anos. "Não se pode olhar o ecumenismo somente a partir de Roma", sustenta Beozzo.

Uma grande tarefa das igrejas num mundo globalizado é a defesa dos excluídos, tema que também marca presença permanente na pauta do CMI. "A Igreja Católica da Argentina passou 30 anos sem falar nas questões sociais. A crise econômica no país implodiu a família e recentemente os bispos argentinos emitiram documento contra o desemprego", relata o padre brasileiro.

Acompanhando o movimento ecumênico no Brasil e a nível internacional há anos, Beozzo entende que o grande desafio do CMI no momento é conseguir incorporar a diversidade de caminhadas que se verifica em igrejas da Ásia, da África e da América Latina, de modo especial daquelas igrejas independentes que "saem do chão batido da Reforma protestante".

"Esse é um espaço tenso de diáologo. Na diversidade a gente precisa se conhecer, e a gente não se conhece o suficiente", analisa. O mesmo acontece no mundo anglicano. "Olhando a foto dos bispos reunidos recentemente na Conferência de Lambeth, o que vemos ali é um mosaico de cores". E não é diferente no mundo católico. "As pessoas não se dão conta que a Igreja Católica é integrada por 19 igrejas orientais, além da igreja de raiz latina", que é a maior e a mais visível no mundo ocidental, assinala o sacerdote.

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O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que reúne 339 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100 países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo secretário-geral, pastor Konrad Raiser, da Igreja Evangélica da Alemanha.


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