CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 15
9 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
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ÁFRICA É FONTE DE RIQUEZA PARA ESTRANGEIROS, DIZ PROFESSORA

Protestantes, anglicanos e cristãos africanos reunidos na 8a. Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que tem lugar em Harare, capital do Zimbábue, de 3 a 14 de dezembro, se comprometeram a promover a paz e a reconciliação entre os povos da África, a trabalhar pela transformação dos sistemas e instituições sociais, políticas e econômicas do continente e a combater a "praga" do HIV/AIDS. "A colonização roubou a alma da África", disse o sacerdote anglicano Barny Pityana na plenária que centrou suas atenções no continente africano.

Na Áfica subsaariana, mencionou o anglicano, 220 milhões de pessoas ganham menos de um dólar por dia; 122 milhões são praticamente analfabetas; 205 milhões não têm acesso à água potável; 205 milhões não contam com qualquer assistência à saúde. "Isso pode mudar, se eliminarmos a corrupção na gestão dos recursos públicos" e se "os pobres não tiverem que carregar a carga paralisante da dívida", arrolou. A África, analisou, está diante de três desafios: erradicar a pobreza, implantar a democracia, os direitos humanos e sistemas eficazes de governo, e estabelecer normas éticas que sejam respeitadas por todo o mundo.

Num diálogo com seus antepassados, evocados ao som de tambores, a professora Mercy Amba Oduyoye, da Universidade de Ghana, procurou entender o que acontece no continente africano e lamentou o modo como marginalizam a África em todas as esferas dos assuntos mundiais, "exceto como fonte de riqueza para os outros e em questões de fé". Mesmo encarando o século XX como o século do cristianismo para a Áfica, pouca coisa mudou. "O cristianismo ocidental tem sido uma força `desafricanizadora`", afirmou.

Depois dessas duas palestras, cristãos de todas as partes do mundo solidarizaram-se com os africanos, que apoiaram o compromisso colocado pela professora Mercy Amba: "Nunca mais vamos tolerar a desafricanização vinda de fora. Recusemos a ocidentalização disfarçada de cristianização". No final da plenária, delegados africanos cantaram, em pé, o "Nkosi Sikelel´i Afrika", o hino "nacional" africano, junto com 53 crianças que empunhavam bandeiras das nações africanas, simbolizando a unidade na diversidade.

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