CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 6
5 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
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ORTODOXOS AMEAÇAM DEIXAR CMI

No ano 2001, a Páscoa do calendário gregoriano, observado pelas igrejas do Ocidente, e do calendário juliano, observado pelas igrejas do Oriente, cai no mesmo dia, 15 de abril, coincidência que poderia ser o começo de uma celebração comum dessa festa máxima do cristianismo, propos sua santidade Aram I, da Igreja Ortodoxa Armênia, do Líbano, e moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Igrejas ortodoxas, de modo especial as calcedonias, ameaçam abandonar o organismo ecumênico internacional se ele não promover alterações no sistema participativo das igrejas-membros na tomada de decisões.

As igrejas ortodoxas estão há 25 anos no CMI. A sua situação de família cristã minoritária num organismo majoritariamente protestante e ocidentalizado tem perturbado as relações dos ortodoxos com o Conselho, no qual impera o critério participativo de pessoas nas decisões. Esse sistema talvez não seja a melhor maneira para uma "comunidade de igrejas" decidir suas questões, admitiu o seu secretário-geral, pastor Konrad Raiser. Igrejas ortodoxas e muitas denominações da África seguem modelos diferentes, que dão prioridade ao diálogo e ao consenso, levando em conta o respeito à hierarquia e à autoridade, explicou Raiser.

Ele defende para o CMI o papel de um "espaço ecumênico aberto ao mundo, um espaço de aceitação e compreensão mútua". A própria participação da Igreja Católica Romana em muitas atividades do CMI, embora não esteja a ele filiado, obriga esse organismo a rever o seu sistema de membresia. Apesar de não serem filiadas ao Conselho, católicos, pentecostais e igrejas evanélicas livres têm dado sua contribuição à tarefa ecumênica, disse Raiser. Ele propõe a criação de outros vínculos com a comunhão ecumênica do CMI, que não passe necessariamente pela figura institucionalizada de igreja-membro.

O CMI, entende Aram I, deveria explorar novas formas de representação, participação e tomada de decisões que permitam às igrejas ortodoxas sairem de sua posição de igrejas minoritárias. Também o marco programático deve estar aberto ao recebimento da contribuição de todas as igrejas representadas no Conselho, sugere. "Na minha opinião, os ortodoxos devem vir com uma agenda clara e uma atitude aberta. Já as igrejas de tradição protestantes e anglicanas devem ajudar os ortodoxos a se integrarem plenamente na vida do Conselho. É hora de as igrejas ortodoxas passarem do monólogo ao diálogo, da reação à açào, da contribuição à participação, da posição de observadores à de co-participantes no CMI", defendeu Aram I.

Numa reunião em Tassalônica, no início do ano, igrejas ortodoxas exigiram uma "reestruturação radical" do CMI e propuseram a criação de uma Comissão Teológica Mista para examinar as mudanças que entendem necessárias para continuarem vinculadas ao organismo ecumênico. A Assembléia de Harare terá que tomar posição a respeito, e decidir se instala ou não a comissão solicitada por igrejas ortodoxas.

Contacte: John Newbury, Imprensa & Informação do CMI
Oficina de Harare
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E-Mail: media


O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que reúne 332 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100 países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo secretário-geral, pastor Konrad Raiser, da Igreja Evangélica da Alemanha.


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