CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 4
4 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
50, route de Ferney PO Box 2100, 1211 Geneva 2 Switzerland


NA CRISE DO ECUMENISMO, UM APELO À UNIDADE

O movimento ecumênico encontra-se numa encruzilhada no contexto de um mundo em rápida transformação. "Ele pode desintegrar-se, se as igrejas não renovarem com firmeza o seu compromisso com os objetivos e a visão ecumênicos. As igrejas não podem refugiar-se em suas próprias confessionalidades e viver isoladamente", disse o moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), sua santidade Aram I, da Igreja Apostólica Armênia da Cilícia. O líder ortodoxo apresentou, hoje, relatório à 8a. Assembléia Geral, reunida em Harare, enfocando a caminhada desse organismo ecumênico nos últimos sete anos, desenhando perspectivas futuras, que incluem um veemente chamado à unidade.

"Esta assembléia do Jubileu nos chama a reafirmar o nosso compromisso ecumênico comum para crescermos e avançarmos juntos com valentia e humildade, e com uma visão clara", apelou Aram I. Para o secretário-geral do CMI, pastor Konrad Raiser, que também constata a crise instalada no movimento ecumênico, o futuro do cristianismo e do ecumenismo serão construídos na África e na América Latina. "Tudo leva a crer que no início do século XXI a África será o continente com a maior população cristã. Mas tambéem é na África onde se manifesta com maior claridade a desordem do atual sistema mundial, a marginalização e fragmentação de sociedades inteiras", apontou Raiser no relatório levado à Assembléia.

O CMI completa 50 anos em 1998 e está num momento de grandes incertezas. Ele se constitui, hoje, na expressão institucional mais global e representativa do movimento ecumênico, embora não o esgote. Tanto Raiser como Aram I historiam, nos relatórios, a trajetória desse organismo e perguntam se os cristãos estão dispostos, depois de caminharem juntos nesses 50 anos, a permanecerem juntos, como declararam na Assembléia constitutiva do Conselho, em Amsterdã. "Creio firmemente que o futuro do movimento ecumênico está nos jovens comprometidos e visionários, não nas estruturas e nos programas", assinalou o líder ortodoxo. Os jovens, explicou, "não querem ser prisioneiros das estruturas. Eles querem ir além dos sistemas, das metodologias, dos procedimentos e dos programas estabelecidos".

Em 1948, quando foi criado o CMI, o mundo saia de uma grande guerra e se defrontava com enormes incertezas. "Em 1998 não estamos em melhor situação", admite Aram I. Embora o número de igrejas que aderiram ao CMI tenha crescido nos últimos tempos, a unidade visível ainda é um sonho distante e a comunhão de mesa e altar uma meta não alcançada. Mas nesses 50 anos, o Conselho foi uma fonte de esperança para os desenraizados, as vítimas da discriminação e opressão racial, para os que lutam por justiça e dignidade, para mulheres e para todos os marginalizados de igrejas e sociedades. Num compromisso ecumênico voltado ao século XXI, "temos que fazer que a Igreja seja, em todo lugar, a voz dos que não têm voz, e um lugar acolhedor para todos", propos Raiser.

Contacte: John Newbury, Imprensa & Informação do CMI
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O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que reúne 332 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100 países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo secretário-geral, pastor Konrad Raiser, da Igreja Evangélica da Alemanha.


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