CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 2
3 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
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GOVERNO DO ZIMBÁBUE PEDE INCLUSÃO DO JUBILEU 2000 NA AGENDA ECUMÊNICA

Ao dar as boas-vindas aos cristãos reunidos em Harare, o representante do governo do Zimbábue, Simon Vengesai Muzenda, dirigiu-lhes um forte apelo para que incluam o cancelamento da dívida externa dos países africanos na agenda da 8a. Assembléia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e apontem para a injusta distribuição da terra no continente, assim que seja possível iniciar um processo de paz na construção de uma nova África. Muzenda representou, na abertura do encontro, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, que se encontra na França.

Citando passagens da Bíblia, Muzenda lembrou que o princípio bíblico do jubileu, que promulga o perdão de dívidas, o cancelamento de hipotecas e a libertação de escravos, também é aplicável "aos irmãos do Norte que vieram ocupar as nossas terras". Numa evidente referência ao período colonial, o representante do governo do Zimbábue pediu justiça e a retomada da terra "que nos foi tomada por outros". Ele agradeceu a ajuda humanitária recebida do CMI e desejou que a parceria do governo com o organismo ecumênico internacional seja ainda mais fortalecida no futuro.

Com a presença de mais de 900 delegados das 332 igrejas protestantes, ortodoxas e anglicanas, de mais de 100 países, sua santidade Aram I, moderador do CMI, declarou aberta, hoje à tarde, a 8a. Assembléia do organismo ecumênico. No culto que antecedeu a plenária da abertura oficial do evento, a pastora Eunice Santana, da Igreja Discípulos de Cristo de Porto Rico, conclamou as igrejas e o CMI a se engajarem na missão integrada e integral, como Cristo o fez ao anunciar a liberdade aos presos e oprimidos, e devolver a visão aos cegos.

"Essa é a boa notícia aos pobres e a exigência do evangelho", proclamou. Em nenhuma outra época essa exigência esteve tão presente quanto hoje, quando cerca de 60% da população mundial vivem em níveis de pobreza, e entre 1,3 a 1,5 bilhão de pessoas receben menos que um dólar por dia. Ela denunciou, também, o "genocídio silencioso" que mata 11 milhões de crianças a cada ano, mortes que "poderiam ser evitadas com pouco dinheiro que alguns países ricos se negam a prover, mesmo sabendo o que isso significa".

Em muitos contextos, admitiu, não é fácil manter a esperança, lembrando o tema dessa Assembléia - "Voltem-se para Deus, regozijem-se na esperança". Globalizar a esperança, assinalou a pastora, se converteu no lema de milhares de pessoas que se recusam a aceitar o fim da história e "assumiram o desafio de reescrever o livro histórico que outros querem nos impor". Também o presidente do Conselho de Igrejas do Zimbábue, Enos Chomutiri, pediu aos cristãos reunidos em Harare para que as igrejas se engajem no Jubileu 2000, que reivindica o cancelamento da dívida externa dos países mais pobres.

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O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que reúne 332 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100 países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo secretário-geral, pastor Konrad Raiser, da Igreja Evangélica da Alemanha.


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